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Em direção ao infinito

  • Carol
  • 13 de fev. de 2013
  • 2 min de leitura

Carolyne Ferso

É difícil expressar em palavras a confusão que vive aqui dentro. É difícil se fazer presente na vida das pessoas, quando não queremos estar mais presente nem na nossa. E mais difícil ainda é ouvir das pessoas palavras (apenas palavras) óbvias que não altera em nada a química do nosso cérebro. Elas dissertaram sobre a miséria no mundo, sobre os inúmeros exemplos de superação para dizer que tu deves ser grato, que não tens motivo para estar deprimido. (Não se trata de motivos, entendam!) E elas virão com inúmeras receitas e fórmulas que se resumem em "como deixar de ser você mesma e se tornar como todo mundo (resumo: ser normal)". Desconsiderarão sua personalidade e dirão pra fazer coisas que nada tem a ver contigo. E pior: dirão pra ocupar a mente, pois segundo elas, é assim que se resolve. Afinal, tudo o que te acomete é por pura "falta de ocupação". Sem esquecer de mencionar aqueles que virão chamá-la de mimada, preguiçosa, fresca, insuportável, grossa, egoísta, etc. Não, eu não espero que compreenda. Apenas, desejo imensamente que respeite meu silêncio. Que respeite minha individualidade. Que respeite a minha forma de existir nesse mundo. Chega dessa cobrança e julgamento para seguirmos um modelo pré-estabelecido de "normalidade". Não seria também por isso que muitos de nós nos perdemos e deixamos de brilhar? Não, não estou fazendo referência a esse falso modelo de "ser bem sucedido, vencer na vida". Mas, sim, me refiro a seguir o nosso propósito. Refiro-me a nossa capacidade de ser livre e feliz. Não consigo dissociar uma coisa da outra. Apesar de que sei que muitos confundirão o sentido de liberdade que aqui menciono. Volto a questionar. Não seria por essa necessidade de se encaixar que muitos de nós deixamos de ser quem somos para nos tornarmos cópias? É tão mais fácil viver no piloto automático sem qualquer reflexão, não é mesmo? É tão mais fácil ocupar a mente a fim de não perceber nossa própria existência. É tão mais cômodo enterrar a nossa própria consciência. Consciência. Conheça-te a si mesmo, já dizia o sábio Sócrates. E conhecer a si a mesmo é mergulhar no que há de mais belo na nossa existência, mas também lidar com nossas sombras.

Permita-me ser como eu sou, com todas as minhas falhas. Eu sei que não são poucas. Eu quero me perder e me encontrar quantas vezes for necessário, se isso significar me libertar do apego e da ilusão. Eu só quero conseguir ser leve. Tão leve ao ponto de voar, voar sem medo, voar para o infinito.


[continua]


Trecho do livro Flores e Silêncio, Carolyne F.

 
 
 

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