A vida segue sem garantias
- Carol
- 13 de fev. de 2013
- 1 min de leitura

É estranho como tudo acontece. A minha vida segue numa câmera lenta que me paralisa por infinitos anos. E, quando, eu realmente consigo me mover, eis que o tempo passou numa velocidade absurda, e a distância - entre mim e as pessoas - torna-se irrecuperável.
Penso nos abraços que não dei.
Nas conversas que evitei.
Nos sentimentos que escondi.
E principalmente no medo que desperdicei.
É estranho essa forma que nos prende aos detalhes insignificantes. Medindo forças com fantasmas do passado que teimam em nos assombrar.
Penso em como sou tola a cada vez que volto aqui
apenas para constatar que...
passou.
Reviso acontecimentos que já não tem mais importância alguma
e os conserto mentalmente,
numa tentativa irracional de resolver pendências
que só existem na minha cabeça.
Ah, como é estranho encontrar pessoas e senti-las como se nunca tivessem partido. E, de repente, perceber que tudo mudou, nada restou, só o vazio. Queremos abraçá-las, somente abraçá-las. Conversar sobre a vida. Mas permanece o silêncio, ausência de laços, a distância do tempo.
Assim como é tão estranho receber um amor que não pedimos, que não conquistamos, que não fizemos absolutamente nada para recebê-lo e continua ali... e olhamos para ele, com o mesmo nada, o mesmo vazio. Até tentamos quebrá-los, distanciá-lo, mas ele continua ali, insistindo... tentando um abraço que não conseguimos retribuir.
No fundo, a gente sabe como isso termina. Mas prefere se repetir porque não quer aceitar o estranho desconcerto da vida.
Deixar ir...
O passado...
Tudo o que já foi e não volta mais.
A vida segue sem garantias.
Há perdas.
Há ganhos.
(Sem data)
Commentaires